O valboeiro - símbolo da tradição do concelho na pesca do sável e da lampreia foi, ontem, batizado pelo Padre João Azinheira e lançado às águas do Douro depois de oito dias dedicados à sua construção, no âmbito do projeto Oficina Fluvial. Uma iniciativa que contou com os sábios conhecimentos de Manuel Sousa, um dos últimos mestres da construção desta emblemática embarcação, e dez formandos que seguiram com empenho e dedicação as orientações do mestre.
Artur Sousa foi o grande promotor deste projeto cuja intenção passou por reavivar a memória de "um barco a remos que faz parte do património cultural da freguesia de Valbom e do concelho de Gondomar", ao mesmo tempo sensibilizar várias entidades para a importância de "promover e preservar esta emblemática embarcação". E foram muitas as entidades parceiras que não quiseram deixar morrer esta tradição e associaram-se a esta conceção, a saber: União ads Freguesias de Gondomar (São Cosme), Valbom e Jovim; União das Freguesias de Melres e Medas; Câmara Municipal de Gondomar; Águas do Douro e Paiva; Turismo do Porto e do Norte, Agrupamento de escolas de Valbom; Grupo Etnográfico de Valbom; Rancho Folclórico de Melres; Docapesca e ISCET - Instituto Superior de Ciências Empresariais e do Turismo.
A Oficina Fluvial foi instituída para compreender a importância da arte da construção do Valboeiro; analisar a repercussão do valboeiro nas dinâmicas sociais e económicas locais e mostrar às gerações contemporâneas o sapiente processo manual da construção desta emblemática embarcação local.
Paralelamente à construção da embarcação, quatro artistas plásticos de Gondomar: Marisa Silva, Onofre Varela, José Carvalho e João Garcia fizeram o registo desta Oficina Fluvial, através da arte da ilustração, do cartoon e da escultura.
Cerimónia de encerramento realizada no cais de Gramido contou com a actuação do Grupo Etnográfico de Valbom na presença entidades oficiais, demais parceiros, formandos, convidados e público e terminou com baptismo e “bota abaixo” do valboeiro.